Sitio da Camara Municipal de Lisboa

Galeria de Arte Urbana (GAU)

 

 

MISSÃO DA GAU

 

A Galeria de Arte Urbana do Departamento de Património Cultural da Câmara Municipal de Lisboa tem como principal missão a promoção do graffiti e da street art em Lisboa, dentro de um quadro autorizado e segundo uma óptica de respeito pelos valores patrimoniais e paisagísticos, em oposição aos actos ilegais de vandalismo que agridem a Cidade.

 

 

 

SURGIMENTO DA GAU

 

No município de Lisboa, a gestão da arte urbana é competência do Departamento de Património Cultural (DPC). O forte incremento verificado nas actividades associadas à street art nos últimos anos levou o DPC a criar uma equipa especializada nesta área.

 

A sua criação remonta a 2008, e aconteceu na sequência de uma operação de limpeza das inscrições vandálicas levada a cabo nas fachadas dos edifícios do Bairro Alto. Na altura, considerou-se importante criar um espaço alternativo especificamente dedicado à arte urbana, onde fosse possível exercer a atividade de modo legal e estruturado. Para o efeito foi instalado um conjunto de painéis na vizinhança do Bairro Alto, mais propriamente na Calçada da Glória, espaço expositivo gerido pela GAU. Assim nasceu a GAU.

 

Depois de uma primeira fase dedicada a vencer resistências e desconfianças, tanto por parte dos artistas como da população, em geral, a GAU começou a ser aceite e a ver o seu papel de “facilitador” reconhecido no meio da street art, o que lhe permitiu chegar a um número crescente de interlocutores e projectos, até se transformar numa plataforma de referência, a nível nacional e internacional.

 

 

 

ESTRATÉGIA DA CML/GAU PARA A ARTE URBANA NA CIDADE DE LISBOA

 

A partir de 2009, a GAU começa a gizar uma estratégia vocacionada para a promoção da arte urbana e, simultaneamente, para a salvaguarda do património e prevenção do aparecimento de intervenções vandálicas.

 

Para a GAU, tornou-se prioritário encetar um diálogo com a comunidade artística ligada ao graffiti e à street art no sentido de a sensibilizar para a relevância da preservação do património artístico e cultural de Lisboa, relação essa que tem vindo a ser aprofundada através da disponibilização de espaços e tempos próprios onde estes criadores possam, de modo autorizado, desenvolver a sua criatividade, proporcionando-lhes uma área de trabalho cada vez mais vasta e heterogénea, dispersa pela cidade. 

 

 

São 6 as áreas principais de actuação da GAU:

 

 

1) INTERVENÇÃO ARTÍSTICA

 

Área vocacionada para o incentivo à criação e realização de projectos de arte urbana, de iniciativa própria (GAU) ou organizados por entidades externas. Integra acções diversificadas:

 

- Concepção e curadoria de projectos de arte urbana;

- Organização de concursos; 

- Definição de locais/áreas de intervenção; 

- Obtenção/emissão de autorizações; 

- Produção de projectos artísticos ou acompanhamento da sua execução; 

- Suporte logístico (delimitação da área de intervenção).

 

2) DIVULGAÇÃO/SENSIBILIZAÇÃO

 

Abrange todas as políticas, estratégias e campanhas de comunicação relacionadas com o fenómeno da arte urbana, nas suas diferentes vertentes e o diálogo com interlocutores diversificados (público em geral, jornalistas, estudantes, empresas, municípios, etc.). Inclui:

 

- Divulgação de eventos e obras realizadas, nos meios da GAU (Facebook, Instagram, Youtube, Site, Revista);

- Definição de roteiros de arte urbana;

- Disponibilização de fontes de informação e cedência de imagens;

- Partilha de conhecimentos com outros municípios ou entidades nacionais;

- Entrevistas.

 

 

Nesta área de actuação, salienta-se ainda a parceria da Galeria com o Google Art Project, plataforma que integra alguns dos mais reconhecidos museus e galerias a nível mundial e que recentemente criou uma secção dedicada à arte urbana, envolvendo 30 instituições, provenientes de 15 países.

 

Destaca-se também a vasta cobertura mediática nacional e internacional, que tem recebido a produção de arte urbana em Lisboa.

 

3) ANIMAÇÃO E PEDAGOGIA

 

Envolve a realização de visitas guiadas, workshops, e de outras actividades vocacionadas para diversos públicos, nomeadamente população escolar e em bairro sociais, séniores, versando o ensino da história do graffiti e da street art, suas técnicas e discursos.

 

Exemplos de alguns projectos:

 

“Reciclar o Olhar” – projecto desenvolvido em parceria com a Direcção Municipal de Ambiente Urbano, que envolve a intervenção artística não apenas em camiões de recolha de resíduos, mas principalmente em vidrões, tendo sido trabalhos até ao momento cerca de 150. Trata-se de um projecto aberto a todo o público interessado e não apenas a artistas, promovido através de convocatórias para envio de propostas, tendo-se realizado até ao momento, 8 concursos. É um projecto transversal em termos da malha urbana da cidade, das faixas etárias (desde crianças, até a um público sénior), das diferentes técnicas e discursos, posicionando-se por vezes, como uma oportunidade de iniciação no trabalho em street art.

 

“Lata 65” – projecto aprovado em Orçamento Participativo, no sentido da realização de workshops com um público sénior, promovido através das Juntas de Freguesia e envolvendo uma introdução ao mundo da arte urbana e à aprendizagem de algumas técnicas;

 

4) INVENTARIAÇÃO

 

Visa a preservação da memória da arte urbana, através da realização sistematizada de registos fotográficos (e videográficos) das obras executadas em Lisboa, desde o 25 de Abril de 1974, a sua integração em base de dados e a sua divulgação como ferramenta essencial para o entendimento e a investigação deste fenómeno.

 

5) APOIO À INVESTIGAÇÃO/ ESTUDO E REFLEXÃO/ APOIO À EDIÇÃO DE PUBLICAÇÕES

 

Compreende todas as acções relacionadas com a partilha da experiência da GAU, no âmbito do debate sobre a arte urbana, e sua participação em diferentes fóruns de discussão (conferências, debates, aulas, etc.), bem como o apoio ao estudo e à investigação, e à publicação de obras dedicadas a esta matéria.

 

6) INTERNACIONALIZAÇÃO

 

Relaciona-se com a integração da GAU em diversas organizações ligadas à promoção da arte urbana e redes de criatividade urbana a nível internacional e o intercâmbio de artistas, como é o caso da Rede Internacional para a Criatividade Urbana, criada em Nápoles em 2011, de que a GAU é membro fundador juntamente com outros países como Alemanha, Itália, Holanda, Reino Unido, Rússia, França e Turquia, entre outros.

 

Ainda neste âmbito, é de referir que, desde a sua criação a GAU tem sido convidada a apresentar o seu projecto e a participar em conferências decorridas em diversas cidades por todo o mundo, sendo que o número de solicitações tem vindo a aumentar significativamente nos últimos anos. A título de exemplo, a GAU esteve presente em eventos nas cidades de Haia e Eindhoven (Holanda), Barcelona (Espanha), Nápoles e Pádua (Itália), Paris e Toulouse (França), Fortaleza (Brasil), Lodz (Polónia), Sevilha e Madrid  (Espanha), Colónia (Alemanha), Tallinn (Estónia), entre outras.

 

 

 

PRINCÍPIOS NORTEIAM A GAU?

 

Na prossecução da sua missão a GAU é guiada pelo seguinte conjunto de princípios e valores:

 

1) ENQUADRAMENTO LEGAL E INSTITUCIONAL

 

Em Portugal, a actividade relacionada com a produção artística de graffiti e street art rege-se pelo estipulado na Lei n.º 61/2013 de 23 de Agosto (anexo 1).

 

Estabelece o regime aplicável aos grafitos, afixações, picotagem e outras formas de alteração, ainda que temporária, das características originais de superfícies exteriores de edifícios, pavimentos, passeios, muros e outras infraestruturas.

 

2) EFEMERIDADE

 

Este princípio decorre do carácter efémero da maioria das manifestações de arte urbana, e da necessidade da sua aceitação como factor inerente ao processo artístico e aos projectos desenvolvidos pela GAU.

 

As intervenções de street art têm um tempo de vida limitado, cuja duração depende muito da técnica e materiais, assim como do tipo de suporte utilizados. É apenas uma questão de tempo até que os agentes atmosféricos, as acções de limpeza ou outras dimensões da dinâmica urbana se encarreguem de desgastar, ou mesmo, “apagar” as obras. Trata-se de um fenómeno que deve ser encarado com normalidade, e que contribui para a rotatividade das obras “expostas” na cidade e para a renovação da paisagem urbana.

 

3) ISENÇÃO

 

Na prossecução da sua missão, a GAU procura manter uma postura de independência e distanciamento relativamente a interesses de índole comercial, política ou religiosa, ou de outro tipo, que sejam susceptíveis de desrespeitar a liberdade de pensamento ou possam ofender convicções de terceiros.

 

4) INTEGRAÇÃO URBANÍSTICA E VALORIZAÇÃO DA PAISAGEM

 

Este princípio visa assegurar:

 

- A preservação da identidade e o significado dos sítios e a qualificação estética/visual do espaço público, através da realização de intervenções de arte urbana de reconhecido mérito artístico, concebidas e desenhadas em função das características urbanísticas de cada local e da adequação das obras à natureza intrínseca dos suportes, sua forma e função;

- O reforço da consciência patrimonial, alertando para a problemática do restauro e da reabilitação urbana;

- A requalificação de áreas degradadas, redireccionando o impulso criativo dos writers num sentido construtivo.

 

5) DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

 

Visa promover a distribuição equilibrada das obras de arte urbana pelo território municipal, tanto em zonas centrais da Cidade, como na sua periferia.

 

6) PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO

 

Incentivar a participação da população, em geral, e da comunidade artística, em particular, bem como das organizações, públicas e privadas, na programação, execução e divulgação das intervenções de arte urbana realizadas na Cidade, e estimular a fruição das intervenções pela comunidade, é outro dos princípios que norteiam a actuação da GAU;

 

7) EQUIDADE DE OPORTUNIDADES E LIBERDADE CRIATIVA

 

Outro dos valores adoptados pela GAU consiste em garantir aos artistas das várias gerações condições de igualdade no acesso aos projectos e obras de arte urbana de iniciativa municipal, independentemente das tendências artísticas, técnicas e do tipo de discurso criativo utilizados, recorrendo por norma e sempre que possível, ao concurso público, como método de selecção de propostas e de artistas.

 

8) RETRIBUIÇÃO

 

Na produção/execução dos projectos municipais de arte urbana, existe a preocupação fundamental de proporcionar um quadro de remunerações e contrapartidas justo e equilibrado aos artistas envolvidos, dentro da realidade económica de cada momento, definido através de parâmetros tipificados, destinados a quantificar o volume, escala, complexidade e singularidade dos trabalhos.

 

 

 

PRÉMIOS

 

- Prémio Ignasi de Lecea, atribuído pelo Public Art & Urban Design Observatory (PAUDO) da Universidade de Barcelona, no contexto da VI Waterfronts of Art International Conference, 2009;

- Menção honrosa atribuída na Gala Nacional da Cultura, “Portugal Aplaude 2011” organizado pela emissora de televisão RTP 1;

- Leão de Bronze na categoria de Relações Públicas do Festival de Criatividade de Cannes em 2012, e 7 prémios (ouro, prata e bronze em diversas categorias) atribuídos pelo Clube Nacional de Criativos nesse mesmo ano, pelas Campanhas de sensibilização e comunicação promovidas pela GAU em parceria com a agência de publicidade e comunicação TORKE;

- A organização internacional CGLU – Cidades e Governos locais Unidos reconheceu em Julho 2014, o trabalho da Galeria de Arte Urbana como um exemplo de boas práticas, no contexto da sua candidatura ao “International Award CGLU – Mexico City – Cultura 21”, e igualmente o facto da investigação e do estudo dedicados a este fenómeno se encontrar em franca expansão na actualidade.

 

 

 

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CONTACTOS

 

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Departamento de Património Cultural

Direcção Municipal de Cultura

Câmara Municipal de Lisboa

Rua da Boavista, 9

1200 - 275 Lisboa

 

Telef. 218170900

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